INTRODUÇÃO
Com uma
multiplicidade de problemas a afectá-lo, Teodósio viu-se na necessidade de
dividir o Império Romano em duas partes distintas. Uma sediada no Ocidente e
outra com sede em Bizâncio, depois Constantinopla, atual Istambul. Sortes
distintas tiveram estes territórios. O do ocidente acossado pelas contradições
internas mas também assoladas com várias vagas de invasores, sucumbiu não
conseguindo mais manter o seu poderio que lhe deu fama e abriu a porta a uma
nova realidade, a fragmentação do poder em vários senhores, em suma o
Feudalismo.
FEUDALISMO
Feudalismo compreende
o sistema político, econômico e social que predominou na Europa Ocidental entre
o início da Idade Média até a
afirmação dos Estados modernos,
tendo seu apogeu entre os séculos XI e XIII. O conceito teórico foi criado nos
séculos XVII e XVIII pelos advogados franceses e ingleses e popularizado pelo
filósofo Charles-Louis de
Secondat, barão de Montesquieu.
O feudalismo
deve sua formação a uma série de fatores, entre eles a desagregação do Império Romano, o declínio
da escravidão e do
comércio, a ruralização da população, a formação de múltiplos senhorios e
reinos bárbaros independentes,
a incapacidade da maioria dos sacro-imperadores romano-germânicos em
reconstituir uma unidade política abrangente e eficiente, a supressão do paganismo e o
fortalecimento político da Igreja Católica e do
movimento monástico. O feudalismo
evoluiu lentamente até se tornar o modelo dominante na Europa, e se
caracterizou, em sua forma madura, pela regionalização ou encelulamento do
poder, ou seja, sua concentração em âmbito local nas mãos de uma aristocracia rural que
dominava a terra com grande autonomia, e subjugava a maior parte da população
através do poder de dominium.
O sistema era garantido pelo monopólio das forças militares pela elite, pelo
apoio da Igreja, por uma progressiva sustentação jurídica e ideológica, e por
uma forte rede de obrigações entre os senhores feudais e seus vassalos e súditos.
A partir do
século XIII, com o surgimento de novas monarquias centralizadas
e poderosas, a reurbanização da Europa, o reaquecimento e diversificação da
economia, entre outros fatores, o sistema iniciou seu declínio, que se acelerou
a partir do século XIV com a emergência do proto-capitalismo, a concorrência
da burguesia, a substituição
de grande parte dos servos por trabalhadores assalariados, a maior laicização
da sociedade e grandes mudanças culturais, mas algumas instituições feudais,
mais notadamente o feudo propriamente
dito, perduraram na Europa até depois do fim do Antigo Regime. O sistema
foi típico da Europa, onde se desenvolveu com características únicas, mas
vários historiadores vem tentando compará-lo com outros sistemas não-europeus,
com resultados muito controversos.
A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO
Os romanos, a exemplo
dos gregos, chamavam de
"bárbaros" a todos aqueles que não tinham seus costumes e que não
falavam sua língua. Entre
esses povos, estavam os
germanos, cujas invasões provocariam a desestruturação do Império Romano do
Ocidente. A partir do fim do século III, com o enfraquecimento do poder de
Roma, alguns povos que habitavam nas proximidades das fronteiras do Império
começaram a se instalar pacificamente em seu território, como aliados, isto é,
como colonos e,
sobretudo, como soldados.
No final
do século IV, os hunos, povo guerreiro
de origem asiática, chegaram a Europa oriental e
mudaram esse quadro, acelerando o processo de desintegração do Império Romano.
Praticamente empurrados pelas invasões dos hunos, os povos germânicos levariam
de roldão as fragilizadas defesas das fronteiras romanas. Assim, francos, burgúndios, alamanos, ostrogodos, visigodos, anglo-saxões invadiam e
pilhavam as cidades do
Império. Em 410, os visigodos ocuparam a península Itálica, tomando e
saqueando Roma. Os vândalos, por sua vez, avançaram pela Península Ibérica, atravessaram
o estreito de
Gibraltar e
estabeleceram-se no norte da África.
O golpe
definitivo ocorreu em 476, quando Odoacro, chefe
dos hérulos, destronou
o imperador de Roma, pondo fim ao
Império Romano do Ocidente. Esse acontecimento assinala a passagem entre Antiguidade e a Idade Média na Europa,
mas também alguns historiadores acreditam em outras formas de passagem entre as
mesmas, por exemplo: divisão do império em oriente e ocidente, deposição do
último imperador no ocidente ou a liberdade de culto
para os cristãos.
VILAS: UMA
TRADIÇÃO ROMANA
Ao longo de todo
processo de desagregação do Império Romano do Ocidente, que durou cerca de
duzentos anos, as cidades se despovoaram, enquanto o comércio e a
produção artesanal entraram em declínio. Sem dinheiro para
manter as fronteiras, o imperador não conseguia garantir a integridade do
território. Para se proteger, a população abandonava
as cidades, principais alvos dos povos invasores. Ao mesmo tempo, com o fim das
guerras de expansão do Império, a mão-de-obra escrava, base da economiaromana,
praticamente desapareceu. Com isso, as grandes propriedades rurais escravistas
– os latifúndios – perderam importância.
A CONTRIBUIÇÃO
DOS POVOS GERMÂNICOS
A intensificação
das invasões germânicas na Europa ocidental trouxe mudanças e acrescentou novos
elementos à sociedade que se formava. Os povos germânicos trouxeram
consigo certos costumes que se incorporaram à sociedade nascente, como o padrão
de justiça, baseada na
tradição (consuetudinário), e noções de
honra e lealdade, que fundamentavam as relações entre o chefe guerreiro e seus
comandados.
O CRESCIMENTO
POPULACIONAL
A população
europeia era de aproximadamente 18 milhões de pessoas no ano 800. Em trezentos anos, até o ano 1100, esse número
aumentou em cerca de 8 milhões de habitantes, saltando a população total para
quase 26 milhões. Em 1200, foi atingida a marca de 34 milhões de habitantes.
Isso quer dizer que em apenas quatrocentos anos a população da Europa
praticamente dobrou.
AS ORDENS DA SOCIEDADE FEUDAL
A sociedade
feudal é dividida em três grandes ordens. A primeira compreendia os oratores, "aqueles que
rezam", os integrantes do clero, que cuidavam da fé cristã. Na prática,
exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o
conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. Mantinham
a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de
justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas. A segunda reunia
os bellatores, "os
que lutam", incluindo a nobreza por um
todo, responsáveis pela guerra e pela segurança. Já a última ordem era a
dos laboratores,
"aqueles que trabalham", constituída pelo povo (servos e súditos), que trabalhava
para sustentar toda população.
O FEUDO
Os feudos eram
os núcleos com base nos quais a sociedade feudal se organizou. Por volta do ano
1000, a maioria das pessoas na Europa ocidental vivia em feudos. Nesse período,
a terra converteu-se no bem mais importante, por ser a principal fonte de
sobrevivência e de poder.
·
As
terras do feudo distribuíam-se da seguinte forma:
·
Manso
senhorial –
Representava cerca de um terço da área total e
nela os servos e vilões trabalhavam alguns dias por semana. Toda produção
obtida nessa parte da propriedade pertencia ao senhor feudal;
·
Manso
servil –
Área destinada ao usufruto dos servos. Parte do que era produzido ali era
entregue como pagamento ao senhor feudal;
·
Terras comunais – Era a parte do feudo usada em
comum pelos servos e pelos senhores. Destinava-se à pastagem do gado, à extração de madeira e à caça,
direito exclusivo dos senhores.
A ECONOMIA FEUDAL
A produção feudal
própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa
circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma
camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da
Igreja e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas
de renda per capita da Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao
mínimo de subsistência. Na Alta Idade Média ocorreu uma acentuada retração
das atividades comerciais e artesanais. Em razão disso, houve um processo de
ruralização da sociedade da Europa ocidental, com o predomínio da agricultura
de subsistência.
Mão Morta: era o
pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento
do pai ou da família. Albergagem: obrigação do
servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.
CIDADES E
COMÉRCIO: NOVA PAISAGEM
A partir das
Cruzadas, a mudança mais visível na Europa ocidental ficou conhecida pelo nome
de renascimento comercial e urbano. Ele significou o desenvolvimento do
comércio e das cidades, que tinham tido pouca importância durante os séculos
anteriores. O comércio, ainda incipiente, era praticado nas feiras que se realizavam
nas vilas ou perto dos castelos e outros
lugares fortificados. Inicialmente periódicas, as feiras tornaram-se
permanentes, propiciando o aparecimento de núcleos urbanos, os chamados burgos. A partir dos
burgos, desenvolveram-se novas cidades, ao mesmo tempo que ganharam vida as
mais antigas, que não haviam desaparecido por completo.
O COMÉRCIO DE
LONGA DISTÂNCIA
As Cruzadas
deram grande impulso às atividades comerciais no Mediterrâneo. Cidades da península Itálica, como Veneza e Gênova,
passaram praticamente a monopolizar o contato com o Oriente. Os produtos
orientais trazidos pelos comerciantes da península Itálica eram revendidos para
outras regiões da Europa. A península Itálica tornou-se, dessa forma, o principal
centro comercial europeu.
A CULTURA FEUDAL AS HERESIAS
Aqueles que
questionavam os dogmas (verdades reveladas) instituídos pela Igreja eram vistos
como inimigos. Em outras palavras, os que interpretavam os ensinamentos
cristãos de maneira diferente daquela que a Igreja pregava eram chamados
de hereges (por
professarem uma fé diferente da católica).
O CLERO SECULAR
E O CLERO REGULAR
Desde o final
da Antiguidade, a hierarquia
do clero era constituída pelo Papa e pelos cardeais, arcebispos, bispos e padres. Eles formavam o clero
secular (do
latim saeculum, mundo),
expressão que designava os sacerdotes que desenvolviam atividades voltadas para
o público.
ENSINO,
CONHECIMENTO E ARTE
Durante a Idade
Média, as pessoas que sabiam ler e escrever em geral pertenciam ao clero. Os
poucos livros que sobreviveram ao período das invasões germânicas eram
conservados nas escassas bibliotecas pertencentes
à Igreja. Nelas, os monges copistas encarregavam-se de reproduzir os livros à
mão. Dessa forma, os integrantes da Igreja eram os únicos capazes de lidar com
o saber escrito e, portanto, com o ensino formal.
AS UNIVERSIDADES
A principal
inovação medieval realizada pelos europeus no campo do ensino e do conhecimento
foi a criação das universidades.
No final do século XI, a primeira instituição de ensino superior a
aparecer foi a Escola de Direito de Bolonha, no norte da
atual Itália. Outras
instituições surgiram quase simultaneamente na península Itálica, na França e na Inglaterra. Até o final
do século XIV, já havia mais de quarenta delas espalhadas por diversas
regiões da Europa.
O MUNDO FEUDAL EM TRANSFORMAÇÃO
A sociedade
feudal conheceu, entre os séculos XI e XIII, um período de grandes mudanças,
assinalado pelo advento da arte gótica, da Escolástica e das universidades. Durante
esse período, que compreende os primeiros séculos da Baixa Idade Média, houve um
aumento populacional proporcionado pela diminuição das invasões e das epidemias que
assolaram a Europa durante os
primeiros séculos do feudalismo.
DECLÍNIO
O feudalismo
europeu apresenta fases bem diversas entre o século IX, quando os pequenos
agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e
o século XIII, quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a
seguir. Entretanto, a partir do ano 1000 até cerca de 1150, o feudalismo entra
em transformação: a exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em
certas regiões superpovoadas, deixando áreas extensas de espaços vazios; surgem
novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos animais e das
carroças, o que permitiu a produção agrícola garantir um aumento significativo,
surgindo, assim, a necessidade de comercialização dos produtos excedentes. Esse
renascimento do comércio e o consequente aumento da circulação monetária,
reabilita a importância social das cidades e suas comunas. Com as Cruzadas, esboça-se uma
abertura para o mundo, quebrando-se o isolamento do feudo.
CONCLUSÃO
Concluimos que, A sociedade feudal era
estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal
(senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de
terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja
Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual
da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada
da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os
servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como:
corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da
produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor
feudal).
AGRADECIMENTO
Em primeirante
quero agradecer a Deus e enseguida ao caro professor pela escolha do tema, aos
meus pais por terem sempre apostado na minha carreira estudantil.
BIBLIOGRAFIA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo
https://www.todamateria.com.br/feudalismo/
https://www.infopedia.pt/$europa-feudal-inglaterra-franca-e-germania
https://brainly.com.br/tarefa/11814313
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